
Patrícia Dijigow
1 de abr. de 2025
A aroeira é amplamente cultivada como planta ornamental pela beleza de sua folhagem e frutos
A aroeira é uma árvore nativa da América do Sul. Apresenta porte médio com crescimento variando entre 5 e 15 metros de altura. A espécie também é popularmente conhecida pelos nomes de pimenteira rosa, aroeira da praia, aroeira vermelha, pimenteira vermelha e corneíba, e muito empregada no paisagismo urbano, sendo comumente encontrada em beiras de rios e regiões litorâneas.
Na Botânica, a aroeira recebe o nome Schinus terebinthifolia, e pertence à família Anacardiaceae - a mesma família de frutíferas como a mangueira e o cajueiro.

A aroeira ocorre naturalmente na Argentina, Uruguai e Paraguai e nos estados brasileiros de Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Foi introduzida como planta ornamental no sul dos Estados Unidos no século XIX, onde se tornou espécie exótica invasora devido sua adaptabilidade a diversos tipos de solo e clima. Posteriormente foi introduzida em países da Europa.
A casca do tronco da aroeira é escura e rugosa, e muitas vezes desprende placas irregulares. Internamente, seu tronco é avermelhado e de textura fibrosa. O tronco atinge entre 30 e 60 cm de diâmetro e sua resina tem o forte aroma característico de terebintina (solvente vegetal obtido por destilação).
As folhas da aroeira são compostas e muito aromáticas, imparipinadas e alternas, com 9 a 11 folíolos de 15 centímetros. Trata-se de uma espécie dióica, com flores brancas pequenas, de cinco pétalas e cinco sépalas.
Pode apresentar um ou dois períodos de floração e frutificação por ano, dependendo da localidade onde é cultivada. A principal floração acontece na primavera e os frutos surgem entre os meses de dezembro e janeiro.
A polinização é cruzada e realizada por diferentes espécies de abelhas, vespas e outros insetos. A aroeira é uma importante fonte de néctar e pólen para abelhas nativas sem ferrão (foto acima), que também utilizam a espécie para a construção de ninhos.
O fruto da aroeira - chamado de pimenta rosa - é o principal produto obtido de seu cultivo, seguido do óleo obtido de sua polpa e que apresenta grande potencial no mercado de cosméticos.
O fruto é redondo e vermelho, reunido em cachos e muito apreciados por pássaros como sanhaços - e por gourmets e mixologistas. Seu sabor lembra o da pimenta-preta porém sem a pungência, com nuances adocicadas e de pinho. Muito versátil, a pimenta rosa pode ser utilizada inteira ou moída em diversos preparados culinários, principalmente salgados.

Todas as partes da aroeira são medicinais, porém é recomendada precaução na dosagem devido as suas propriedades sensibilizantes e até tóxicas. Das infusões são feitos gargarejos contra infecção de garganta, problemas de pele e cuidados íntimos femininos. Também é usada em emplastros e banhos.
A aroeira é conhecida por suas propriedades adstringente, diurética, anti-inflamatória, antimicrobiana, antitérmica, tônica e cicatrizante.
Seu óleo essencial é obtido a partir da destilação dos frutos, e rico em Alfa-pineno, Limoneno, Alfa-felandreno e Alfa-3-careno. Suas propriedades são anti-inflamatória, antioxidante e antisséptica, muito utilizado em formulações para a pele e cuidados íntimos, e como aliado do sistema respiratório por aliviar tosses. O hidrolato também obtido no processo de destilação apresenta as mesmas aplicações, de modo mais suave.
A reprodução da aroeira é feita a partir de sementes ou estacas. O plantio deve ser realizado em solo rico em matéria orgânica e bem drenado. É uma planta que deve ser cultivada a Sol pleno, requer irrigação regular e tem grande adaptabilidade a climas tropicais e subtropicais, apreciando temperaturas elevadas e alta umidade.
Referências: