A flor-do-beijo (Palicourea elata) é uma espécie rara da família Rubiaceae, também conhecida por flor-de-lábios, lábios-quentes ou planta-dos-lábios-quentes.
A parte vermelha e vistosa que lembra lábios carnudos é formada pelas brácteas, que são folhas modificadas que protegem as minúsculas flores de cor amarela clara. As flores são polinizadas por borboletas e beija-flores.
As inflorescências vermelhas se destacam em sua folhagem verde de aspecto lustroso e começam a perder a cor quando as flores se abrem. Os frutos possuem formato oval e podem ser azuis ou pretos quando maduros.
Originária da América Central, da faixa entre México e Equador, a espécie apresenta porte arbustivo semi lenhoso e pode crescer até 3 metros de altura.
Devido ao desmatamento, a planta se encontra ameaçada e é muito raro encontrá-la em estado selvagem, com registros das florestas tropicais da Colômbia, Equador, Panamá, Jamaica e Costa Rica.
Vive sob luz difusa ou meia-sombra e não tolera frio ou geada, pois é uma espécie de florestas quentes e úmidas e muito sensível a mudanças do ambiente. Seu cultivo exige condições muito específicas, sem incidência direta do sol e solo frequentemente irrigado e rico em matéria orgânica.
A espécie é conhecida e de uso bem documentado na medicina popular de diversas comunidades tradicionais, que utilizam cascas e folhas para tratamento de erupções cutâneas, problemas de ouvido e tosse. A grande procura por exemplares na natureza (seja para uso tradicional ou como presente para a pessoa amada) é outro fator que levou a espécie ao declínio.
O gênero Palicourea abrange quase 700 espécies distribuídas nas regiões de florestas tropicais entre México e América do Sul. Muitas são relatadas por sua toxicidade, inclusive a Palicourea elata (anteriormente registrada como Psychotria elata) que possui estrictosidina (da família química dos alcaloides) como fitoquímico majoritário.
Por: Patrícia Dijigow
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