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O que é cromatografia



A cromatografia é uma técnica de análise de substâncias químicas, que as separa utilizando propriedades como solubilidade, tamanho e massa, e é de extrema importância para a Química Orgânica, nos estudos de substâncias com atividades bioquímicas, farmacológicas e alimentícias, por exemplo, sendo amplamente utilizada em laboratórios para separação de elementos químicos orgânicos, identificação de substâncias, purificação de compostos e separação de componentes de misturas.


A primeira técnica cromatográfica foi inventada em 1900 pelo botânico russo Mikhail Semenovich Tswett (1872 - 1919) ao pesquisar as clorofilas (os pigmentos fotossintetizantes mais abundantes nas plantas).


Ele conseguiu separar as clorofilas dos carotenoides das folhas das plantas, utilizando uma coluna de absorção líquida contendo carbonato de cálcio. Em 30 de dezembro de 1901, seu método foi descrito no 11º Congresso de Médicos e Naturalistas em São Petersburgo.


O termo cromatografia foi publicado pela primeira vez em 1906 no jornal alemão de Botânica Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft. No ano seguinte, a técnica foi demonstrada para a Sociedade Botânica Alemã.


Cromatografia é uma palavra de origem grega: chroma (cor) e graphein (grafia, escrever). Esse tipo de análise envolve a passagem de uma mistura através de duas fases que recebem o nome de móvel e estacionária.


O processo cromatográfico é realizado no interior de uma coluna ou sobre placa e consiste na passagem da fase móvel sobre a fase estacionária. Na fase móvel os componentes, quando isolados se deslocam por um solvente fluido (líquido ou gasoso) e na fase estacionária, o componente durante o processo de separação permanece fixo na superfície de outro material, seja líquido ou sólido.

Durante a passagem, os componentes da mistura percorrem migrações diferentes, se separando por diferença de afinidade e ficam seletivamente retidos pela fase estacionária. Essa afinidade é regida por propriedades da molécula como a adsorção e a solubilidade.


Na foto abaixo, temos o início do processo, com uma amostra a ser analisada sendo colocada próxima a uma das extremidades do papel filtro. O ponto onde a amostra deve ser colocada no papel é marcado previamente por um fino traço à lápis.



Na sequência, o papel filtro com a amostra é posicionado verticalmente em um copo béquer ou cuba de vidro com tampa (contendo um pouco de solvente no fundo - como o álcool), de forma a absorver o solvente pela sua base. É muito importante que o papel encoste no solvente sempre abaixo do ponto onde a amostra foi colocada, ou seja, o solvente não deve tocar a amostra de imediato. Conforme o solvente é absorvido e sobe pelo papel, atravessando a amostra, os componentes da amostra começam a ser separados - esta é a fase móvel.



Na conclusão do processo, os componentes separados podem ser vistos nas manchas distintas, separadas pela distância percorrida ao longo do papel, conforme a passagem do solvente.



Dois conceitos técnicos estão presentes no processo: a eluição - representada pela corrida cromatográfica (ou seja, a passagem da fase móvel pela fase estacionária) e o eluente - a fase móvel que interage com a amostra, promovendo a separação dos componentes da mistura.


Atualmente existem diferentes tipos de cromatografia (e todas elas são baseadas nos mesmos princípios básicos): líquida, gasosa, de troca iônica e de afinidade.


A cromatografia gasosa, por exemplo, é utilizada para compostos voláteis, como é o caso dos óleos essenciais. Para este caso existem equipamentos bem mais complexos, e ao invés de líquido, é utilizado um solvente no estado gasoso, em uma longa coluna, que todos os componentes da amostra percorrem em diferentes velocidades. Para detectar e identificar os componentes, a cromatografia gasosa é aliada à espectrometria de massa.


A técnicas cromatográficas são versáteis e capazes de analisar misturas complexas a ponto de identificar vestígios de substâncias.


Seja na detecção de pesticidas clorados em materiais biológicos, na ciência forense, na detecção de drogas terapêuticas, na análise de misturas de hidrocarbonetos ou em testes de pureza de substâncias (análise de cachaças e aguardentes de frutas, por exemplo), a cromatografia é aliada de inúmeras pesquisas relacionadas à saúde, ao meio-ambiente e indústria de alimentos, bebidas, medicamentos e tantos outro produtos.


Embora nem todas as técnicas cromatográficas atuais lidem com análise de pigmentos, o nome do processo é mantido, pois foi graças às pesquisas de estudo da cor dos pigmentos presentes nas plantas, que a cromatografia foi criada.



Por: Patrícia Dijigow



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